História
Colonização e pioneirismo
Até meados do século XVII, a região do atual município de Lima Duarte não passava de uma área de mata virgem, quando por volta do ano de 1692, apareceram os primeiros bandeirantes. Este grupo era liderado por padre João Faria Filho, então vigário de Taubaté, além de ter sido um dos pioneiros dos descobrimentos de Ouro Preto.[10]
Padre João foi quem encontrou ouro no leito do Rio do Peixe.[10] Desse descobrimento, Bento Corrêa De Souza Coutinho deu a notícia ao Governador–Geral do Brasil na Bahia, Dom João de Lencastre, através de carta enviada a 29 de julho de 1694. A partir daí, iniciou-se o povoamento daquele lugar com a migração de colonizadores vindos dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, além de portugueses.[10]
Mesmo assim, durante anos a região permaneceu isolada, já que os proprietários das terras tinham objetivo de contrabandear ouro.[10] No entanto, por volta da década de 1700, através de denúncias, Dom Rodrigo José de Menezes, então governador e capitão-general de Minas Gerais, tomou conhecimento dessa situação e interditou todas as terras que lá situavam-se, redistribuindo-as aos mineradores, passando a cobrar impostos sobre o ouro extraído. Em 1740 foram construídas as primeiras povoações, às margem do Rio do Peixe.[10]
Evolução administrativa e origem etimológica
Dado o desenvolvimento populacional demográfico daquela área, em 1839 a povoação foi elevada a Distrito de Paz e em 27 de junho de 1859 foi criada freguesia ao povoado do Rio do Peixe, por lei provincial nº. 991. Por empenho pessoal de João de Deus Duque e Francisco Delgado Mota a freguesia foi elevada à vila pela lei provincial nº. 2.804, de 3 de outubro de 1881, por desmembramento da vila de Barbacena. A Vila foi elevada à cidade em 1884, pela lei provincial nº. 3.629, de 30 de outubro, já com o nome de Lima Duarte, em homenagem a José Rodrigues de Lima Duarte, visconde, Ministro da Marinha, Conselheiro de Estado, deputado provincial e geral e senador do Império, importante líder político do Partido Liberal na região.[10][11]
Com o passar do tempo também houve várias alterações em sua divisão distrital. Quando emancipada, Lima Duarte era composta apenas pela Sede, criada em 29 de novembro de 1881. Em 14 de setembro de 1891, pela lei estadual nº 2, foram criados os primeiros distritos: Conceição de Ibitipoca, Santana do Garambéu e São Domingos da Bocaina. Pela lei estadual nº 843, de 7 de setembro de 1923, o município adquiriu os distritos de Pedro Teixeira e Santo Antônio da Olaria. Pela lei nº 1039, de 12 de dezembro de 1953, foi criado o distrito de São José dos Lopes. A lei estadual nº 2764, de 30 de dezembro de 1962, desmembrou os distritos de Santo Antônio do Olaria (que, em 1938, passou a chamar-se simplesmente Olaria), Pedro Teixeira e Santana do Garambéu, restando atualmente três, além da Sede.[11]
Após a emancipação
Com o crescimento populacional, houve a necessidade de investimentos na infraestrutura urbana municipal. Em 7 de agosto de 1832, foi criada a escola de primeiras letras para meninas, que foi a primeira instituição de ensino no município. A segunda escola foi criada em 3 de novembro de 1837.[12] Para a emancipação, era necessário que fossem construídos prédios para que funcionassem, separadamente, a Câmara Municipal, a cadeia da cidade e a escola de 1ª letras. As concessões dos prédios foram expedidas em 1884.[13] Em 1910 foi feito o projeto da construção da primeira estação ferroviária de Lima Duarte, vindo a ser fundada em março de 1926, sendo atendida pela Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB) até a década de 60, quando o transporte rodoviário passou a ter mais relevância para as autoridades.[14][15] Na área da cultura e do lazer, destaca-se a construção das igrejas, várias em estilo colonial, no decorrer dos séculos XIX e XX,[16] e do Parque Estadual do Ibitipoca, ocorrida em julho de 1973.[17] Também houve, com o passar do tempo, especialmente no final do século XX, o desenvolvimento do comércio.[10]
O município vem se destacando em seu turismo. Muitos de seus prédios construídos nos séculos XIII e XIX viraram patrimônio histórico da cidade. Muitas de suas praças e igrejas também conservam o estilo barroco da época do desbravamento da região.[18] Além disso, Lima Duarte também vem desenvolvendo seu turismo rural.[17]